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quinta-feira, 3 de maio de 2012


                                                                        Igreja Evangélica Assembléia de Deus – Recife / PE
                                                                        Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
                                                                        Pastor Presidente: Ailton José Alves
                                                                        Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – CEP. 50040 – 000                                      

                         LIÇÃO 13 – SOMENTE EM JESUS TEMOS A VERDADEIRA PROSPERIDADE

INTRODUÇÃO:

Não são poucas as pessoas que conceituam qualidade de vida ou vida abundante como: conforto, riquezas,
saúde, longevidade, ausência de sofrimento, etc. É o que também crêem e ensinam os adeptos da Teologia da
Prosperidade. Contudo, nesta lição, definiremos o verdadeiro significado do termo “vida abundante” que se referiu Jesus
em um de seus sermões. Analisaremos também os equívocos cometidos quanto ao conceito de pobreza e riqueza,
como supostos aferidores de espiritualidade sadia; observaremos ainda em que realmente consiste a vida abundante
prometida por Cristo; e por fim, veremos quais benefícios desta vida, para o cristão, no presente e no futuro.
I – DEFINIÇÃO DA EXPRESSÃO: VIDA ABUNDANTE
Para entendermos o significado da expressão “vida abundante” examinaremos a palavra “vida” e por
conseguinte o termo “abundante”, a fim de compreendermos o que Jesus queria dizer com esta expressão:
1.1 No grego, há duas palavras usadas para o termo: “vida”. A primeira é bios: que é a vida comum, não somente aos
seres humanos, mas a todos os animais (Gn 2.7;7.22). A segunda é zoeh: que significa a vida que o pecador recebe ao
nascer de novo; é a vida sobrenatural que procede do próprio Deus (Jo 5.24; Rm 6.4). Portanto, enquanto bios é a vida
extensiva, zoeh é a vida intensiva.
1.2 O adjetivo “abundante” que indica qual tipo de vida a que Jesus se refere, segundo Aurélio, significa:
superabundante (em quantidade) e superior em (qualidade); já que Cristo veio redirecionar nossa atenção para valores
eternos (Mt 6.19,20). Está claro que ele não se referia a quantidade, mas a qualidade de vida (Gl 2.20).
Diante disso, podemos concluir que a expressão “vida abundante” diz respeito a um nível de vida superior ao da
existência. Pois a vida bios, é terrena e passageira. Porém, a vida zoeh é espiritual e eterna. Ela é desfrutada,
parcialmente no presente (Pv 15.15), e por conseguinte totalmente no porvir (Cl 3.4), por aqueles que nascem de novo.
II – ERROS ACERCA DA POBREZA E DA RIQUEZA
Infelizmente, não são poucos os equívocos cometidos por alguns cristãos quanto à visão de pobreza e riqueza.
Veremos abaixo quatro extremos, que devem ser evitados:
2.1 Pobreza é sinal de piedade. O monasticismo (um movimento religioso surgido do Cristianismo), difundiu a ideia de
que um cristão para ser considerado piedoso, para agradar a Deus, devia viver isolado da sociedade e abrir mão de tudo
o que possuía, vivendo em pobreza. Esta visão encontra-se totalmente distorcida da Palavra de Deus, visto que a
pobreza não pode aferir o caráter de um servo de Deus. Um autêntico homem de Deus é conhecido por sua fé e por
suas obras, tal qual a árvore é conhecida pelos seus frutos (Mt 7.17,18; Lc 6.43,44; Gl 5.22).
2.2 Pobreza é sinal de pecado. Como podemos ver, este pensamento é antagônico ao primeiro. Se pobreza não pode
ser evidência de uma vida piedosa, tampouco de uma vida de pecado. Estaria porventura em pecado o mendigo Lázaro
que morreu e foi ao Seio de Abraão? (Lc 16.20-22); ou estaria debaixo de maldição o apóstolo Paulo que passou fome,
frio e nudez? (II Co 11:27); teria o Filho de Deus pecado por ter preferido ser pobre para que pudesse enriquecer a
outros? (II Co 8:9). É evidente que não.
2.3 Riqueza é sinal de comunhão. Este é um pensamento defendido pela Teologia da Prosperidade. No entanto, é um
ponto de vista totalmente contrário ao Cristianismo, que ensina a prioridade pelas coisas que são do céu (Mt 6.33); que
condena veementemente a riqueza mal adquirida (I Co 6:10) e a avareza, que é idolatria (Cl 3.5).
2.4 Riqueza é sinal de pecado. Se não encontramos base bíblica para a Teologia da Prosperidade, também não
encontraremos para a Teologia da Miséria, que procura demonizar (atribuir características demoníacas) a posse de bens
materiais. Não esqueçamos de Jó, um homem riquíssimo de bens materiais, e que era justo (Jó 1.1); ou de Abraão, o pai
da fé, que de igual modo era possuidor de grandes riquezas (Gn 13.5,6). Na verdade, os que defendem essa ideia
tropeçam numa declaração paulina, citando-a de forma equivocada, como por exemplo: “o dinheiro é a raiz de todos
os males”, quando na verdade o apóstolo disse assim: “o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males” (I Tm 6.10).
A idolatria não está nas coisas ou pessoas, mas no sentimento que devotamos a elas.
III – EM QUE CONSISTE A VIDA ABUNDANTE
Existe uma compreensão humana errônea acerca de vida abundante. Muitos acreditam que ela está baseada
em uma vida de conforto, riquezas, saúde, longevidade, ausência de sofrimento. Assim também pensam e ensinam os
seguidores da Teologia da Prosperidade. Mas, será isso mesmo o que alude Jesus quando disse: “Eu vim para que
tenham vida, e a tenham com abundância” ?(Jo 10.10b). Vejamos detalhadamente em que esta vida consiste:
3.1 A vida abundante consiste em qualidade de vida. A vida abundante prometida por Jesus, não se caracteriza em
conforto, riquezas, posse de bens, como ensinam os Teólogos da Prosperidade. Se assim o fosse, os ricos deste mundo
já a possuíam. Também não significa vida longa. Na verdade, esta expressão diz respeito a qualidade de vida (Rm
6.4;7.6), que é oriunda de Cristo - a fonte (Jo 4.14; Jo 14.6; Ap 21.6).
3.2 A vida abundante consiste em vida espiritual. No Éden, o homem desfrutava da vida abundante dada por Deus.
Mas, apesar de ser advertido que se pecasse morreria, o homem transgrediu e foi afastado da presença de Deus
(Gn 2.16,17; Rm 3.23). Em Adão morremos espiritualmente (Rm 5.12). Todavia, quando o pecador aceita a Cristo como
Salvador, a vida espiritual outrora perdida, é restituída (Ef 2.1,5; Cl 2.13). Quando este nasce de novo, pela Palavra e
pelo Espírito (I Pe 1.23; Tt 3.5).
3.3 A vida abundante consiste em vida eterna. A vida que Cristo trouxe ao homem foi a vida eterna. Esta é
experimentada parcialmente no presente (Jo 3.15,36; I Jo 5.11-13) e completamente no porvir (Lc 18.30; Rm 6.22;
Gl 6.8), quando no arrebatamento da Igreja o nosso corpo mortal se revestirá de imortalidade e a nossa corrupção será
revestida pela incorruptibilidade. Então, tragada será a morte na vitória. Aleluia! (I Co 15.52-54).
IV – BENEFÍCIOS DA VIDA ABUNDANTE
A vida abundante ou vida eterna por meio de Cristo, inclui todas as condições, todos os efeitos e operações do
Espírito Santo sobre o homem, tanto no aspecto presente quanto no futuro. Vejamos alguns benefícios oriundos desta
vida:
4.1 No presente
• Justificação: Processo judicial que se dá junto ao Tribunal de Deus, através do qual o pecador que aceita a
Cristo é declarado justo. “Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor
Jesus Cristo” (Rm 5.1);
• Regeneração: Milagre que se dá na vida de quem aceita a Cristo, tornando-o participante da vida e da natureza
divina. Através da qual o homem passa a desfrutar de uma nova realidade espiritual. “Assim que, se alguém
está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (II Co 5.17);
• Santificação: É a forma pela qual o nascido de novo é aperfeiçoado à semelhança do Pai Celeste, por meio do
sangue de Cristo, da Palavra e do Espírito Santo. “E é o que alguns têm sido; mas haveis sido lavados, mas
haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do
nosso Deus” (I Co 6.11).
4.2 No futuro
• Glorificação: No plano da salvação, a glorificação é a etapa final a ser atingida por aquele que recebe a Cristo
como Salvador e Senhor de sua alma. A glória de Cristo será partilhada plenamente com seus santos no
arrebatamento da igreja. “Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o
Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso,
segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas” (Fp 3.20,21).
CONCLUSÃO
Como pudemos ver, os Teólogos da Prosperidade afirmam que o cristão não pode ser pobre, nem deve passar
privações, sofrimentos e enfermidades, porque Jesus veio trazer vida abundante. Infelizmente, esta visão deturpada têm
sido largamente difundida no meio evangélico, através de livros, da mídia televisiva, rádios, etc. No entanto, como vimos,
o verdadeiro sentido de vida abundante ultrapassa esse falso conceito, pois diz respeito a qualidade de vida pela
regeneração; a vida espiritual de comunhão com Deus; e por fim, a vida eterna, como coroa da justiça prometida aos
fiéis que amam a vinda de Cristo (Ap 2.10; II Tm 4.8).
REFERÊNCIAS
• VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.
• ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
• BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica. CPAD.
• BÍBLIA de Estudo Pentecostal. CPAD.

                                                                        Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE
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                                         LIÇÃO 11 – COMO ALCANÇAR A VERDADEIRA PROSPERIDADE

INTRODUÇÃO:

Já foi explicado ao longo deste trimestre, que a verdadeira prosperidade não consiste em acumular bens ou dinheiro,
nem em depositar o coração nas incertezas das riquezas. Por isso, veremos nesta lição, primeiramente, que a verdadeira
prosperidade bíblica, contempla as necessidades supridas com a bênção divina por intermédio do trabalho que foi instituído por
Deus como uma benevolência antes da “Queda” do homem. Em segundo lugar, analisaremos que, a verdadeira prosperidade
fundamenta-se também, na providência de Deus através da nossa obediência à sua Santa Palavra, e concluiremos observando
que devemos fazer uso do nosso dinheiro de modo consciente e sábio.
I – OBEDECENDO A DEUS – O SEGREDO DA VERDADEIRA PROSPERIDADE
Já vimos em lições anteriores que existem diversos termos traduzidos do hebraico para “prosperidade” tais como:
hadal, “ser próspero”, shalû “prosperidade”, shalew “ser próspero”, shalwâ “ter prosperidade”, sakal, que significa
“prosperar”. Percebe-se claramente que nas Sagradas Escrituras, ser próspero não significa, necessariamente, possuir riquezas e
bens materiais (Gn 39.2,3; 39.23; Dn 3.30; 6.28; Lc 19-31).
1.1 Nas páginas do AT - A prosperidade depende, exclusivamente, da obediência a Deus, e à Sua Bendita Palavra. “Mas
Moisés disse: Por que transgredis o mandado do Senhor? Pois isso NÃO PROSPERARÁ.” (Nm 14.41; Dt 5.32-33; 17.18-
20; Dt 29.9; Js 1.7-8; Js 1.8; I Rs 2.3; II Cr 24.20).
1.2 Nas páginas do NT – Da mesma maneira que no AT a prosperidade depende, exclusivamente, da obediência a Deus, e à
Sua Palavra, no NT não é diferente. Tão importante quanto compreender e crer nas bênçãos divinas é saber a quem elas se
destinam. Ao lermos a Bíblia, vamos encontrar bênçãos para toda a humanidade. Por isso, faz-se necessário analisar a quem
essas promessas de bênçãos estão direcionadas . Vejamos: Aquele que é obediente (2 Cor 2:9; Rm 6:12; 16; Gl 3:1; 2 Ts 3:14;
Hb 3:18; 1 Ped 1:4); Aquele que é submisso (Mt 11:29: 2 Cor 9:13; Ef. 4:32; Col 3:12-16); Aquele que é humilde (Mt 11:29;
18:14; Lc 1:52; Rm 12:16; 2Cor 10:1; 1 Ped 5:5; Tg 4:10; ); Aquele que não dá lugar a incredulidade (Rm 4:18-20; Hb
3:12,13, 19; Tg 1:6,7).
II – TRABALHANDO – EXERCENDO UMA BÊNÇÃO ENTREGUE POR DEUS
O trabalho é uma bênção de Deus e necessário aos homens. “Pois comerás do trabalho das tuas mãos, FELIZ
SERÁS, e te irá bem” (Sl 128.2). “Em todo trabalho há proveito” (Pv. 14.23-a). No hebraico a palavra “ãmãl” é usada para se
referir a “trabalho, labuta” (Gn. 41.51; Sl.105.44). A palavra “ergon” do grego denota “trabalho, emprego, tarefa” (Gn. 41.52;
Sl. 73.3; Mc.13.34; Jo. 4.34; 17.4; At. 13.2; Fp. 2.30; 1Ts. 5.13). A palavra “katergazomai” também do grego significa
“trabalhar para fora, efetuar por labuta”. Deus honra aqueles que trabalham para se manter. “... se alguém não quiser
trabalhar, não coma também” (2Ts. 310-b).
2.1 O trabalho veio antes do pecado do homem. Diferente do que algumas pessoas imaginam, o trabalho não é o julgamento
de Deus por causa do pecado de Adão (Gn 3.17-19). Se examinarmos corretamente as Escrituras, veremos que Deus colocou o
homem no jardim do Éden para o “lavrar e o guardar”, ou seja, para trabalhar antes mesmo da desobediência ao Senhor (Gn
2.15). Adão já trabalhava antes de pecar, cuidando do jardim. Uma das consequências do pecado, além da morte, foi que o
trabalho seria “penoso e suado” (Gn 3.19), e isso não significa que ele seja amaldiçoado por Deus. “Não é, pois, bom para o
homem que coma e beba e que faça gozar a sua alma do bem do seu trabalho? Isto também eu vi que vem da mão de Deus”
(Ec. 2.24).
2.2 O trabalho não foi o resultado do pecado – Desde a criação de Deus que o homem foi colocado no jardim para “trabalhálo,
“cultivá-lo” (Gn 2.15) do hebraico “âbad”. A maldição (Gn. 3.16-17) era apenas “a dor e a fadiga” que haviam de
acompanhar o trabalho, não o trabalho em si. Isso é destacado quando Lameque diz, por ocasião do nascimento de Noé, que
este “nos consolará dos nossos trabalhos e das fadigas de nossas mãos, nesta terra que o Senhor amaldiçoou” (Gn 5.29).
2.3 O homem “imita” seu criador quando trabalha – Ao trabalhar seis dias e descansar ao sétimo, Israel imitava a Deus ao
criar o “kosmos” (Gn 2.1-2). O homem deve descansar, imitando assim a Deus, que “descansou de seu trabalho” (Êx 20.11;
Dt 5.14-15). O apóstolo Paulo disse: “Em trabalhos e fadigas...” (2Co. 11.27-a).
2.4 Deus honra aquele que trabalha – Temos vários exemplos na Bíblia, de homens que sempre trabalharam para se
manterem e não serem “pesados aos seus irmãos”, como por exemplo: Davi era pastor de ovelhas (1Sm 16.19, 2Sm 7.8),
Amós ganhava a vida como boieiro (Am 1.1), Jesus era carpinteiro (Mt. 13.55; Mc. 6.3), Paulo era fabricante de tendas (At.
18.1-3). “Vós mesmo sabeis que, para o que me era necessário, a mim e aos que estão comigo, estas mãos me serviram” (At
20.34). “Trabalhando com nossas próprias mãos” (1Co 4.12-b). “Porque bem vos lembreis, irmãos, do nosso trabalho e
fadiga; pois, trabalhando noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós...” (1Ts 2.9). “...nem, de graça, comemos o
pão de homem algum, mas com trabalho e fadiga, trabalhando noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós” (2Ts
3.8).
III – FAZENDO USO DO DINHEIRO DE FORMA SÁBIA
Ser próspero é também saber utilizar de forma sábia o dinheiro. Analizemos alguns pontos importantes:
3.1 Provisão familiar (Alimentação, saúde, moradia, vestes, etc.) - 1Tm 5.8 “Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e
principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel.”
3.2 Contribuir com a obra de Deus (Dízimos e ofertas) – Pv 3.9 “Honra ao Senhor com a tua fazenda e com as primícias
de toda tua renda” Ml 3.10 “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois
fazei prova de mim nisto, diz o senhor dos exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma
bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes.”
3.3 Pagar as contas pontualmente (Bom testemunho) - Pv 3.28 “Não digas ao teu próximo: vai, e volta amanhã que to
darei, se já o tens contigo.”
3.4 Ajudar ao próximo (Comunhão) - At 2. 44-45 “Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam
suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha NECESSIDADE.” Mt 5.42 “Dá a quem te
pedir, e não te desvies daquele que quiser que lhe emprestes”.
IV - FAZENDO MAL USO DO DINHEIRO
Ser próspero, também é saber utilizar os recursos financeiros com sabedoria. Vejamos alguns problemas do mal uso do
dinheiro:
4.1 Consumismo - De acordo com o Aurélio, consumismo é o “Sistema que favorece o consumo exagerado” é a “tendência
a comprar exageradamente”. A Bíblia adverte: “O que amar o dinheiro nunca se fartará de dinheiro; e quem amar a
abundância nunca se fartará da renda; também isto é vaidade” (Ec 5.10). Alcançar todos os bens que se deseja não confere a
ninguém a satisfação plena. O apóstolo Paulo encontrou na pessoa de Cristo, o equilíbrio no que tange às coisas materiais (Fp
4.11): “...aprendi a contentar-me com o que tenho”.
4.2 Avareza - É o amor ao dinheiro, que causa uma verdadeira escravidão e dependência. “Por que o amor ao dinheiro é a
raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns de desviaram da fé e se transpassaram a si mesmos com muitas dores”
(I Tm 6.9,10). Deus não condena o dinheiro em si, mas, a ambição, cobiça, exploração, e usura. Abraão era homem muito rico;
Jó era riquíssimo, antes e depois de sua provação (Jó 1.3,10); Davi, Salomão e outros reis acumularam bens e nenhum deles foi
condenado por isto. O que a Bíblia condena é a ambição desenfreada pelos bens (Pv 28.20; Dt 8.11; Pv 11.28; Mc 4.19; Pv
23.4,5; Pv 28.11; Pv 5.10).
4.3 Dívidas - Muitas pessoas estão em situação difícil, por causa do uso irracional de benefícios oferecidos como facilidades
pelo comércio, tais como: cartão de crédito, cheque, crediário, empréstimos, etc. As dívidas podem provocar muitos males, tais
como: desequilíbrio financeiro, inadimplência, intranquilidade; provocando até certos aparecimentos de doenças, desavenças no
lar; perda de autoridade e o mau testemunho perante os ímpios (Pv 6.1-5; 11.15). “O rico domina sobre os pobres, e o que
toma emprestado é servo do que empresta” (Pv 22.7).
CONCLUSÃO
Podemos concluir que, para sermos bem-sucedidos, precisamos confiar na suficiência e providência de Deus mediante
nossa obediência a sua bendita Palavra (Nm 14.41; Dt 5.32-33; 17.18-20; Dt 29.9; Js 1.7-8; Js 1.8; I Rs 2.3; II Cr 24.20).
Conscientizarmo-nos de que o trabalho foi instituído por Deus antes mesmo da Queda do homem como uma bênção do Senhor
(Gn 2.15; 3. 17-19) e que, devemos fazer uso do nosso dinheiro de modo consciente e sábio para glória do nome do nosso
Deus. “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais qualquer outra coisa, fazei para glória de Deus” (1Co. 10.31).
REFERÊNCIAS
· BÍBLIA de Estudo Pentecostal. CPAD.
· BÍBLIA de Estudo Aplicação Pessoal. CPAD.
· BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica. CPAD.
· GONÇALVES, José. A prosperidade à luz da Bíblia. CPAD.

                                                              Igreja Evangélica Assembléia de Deus – Recife / PE
                                                              Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
                                                              Pastor Presidente: Ailton José Alves
                                                              Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – CEP. 50040 – 000:

                                         LIÇÃO 08 – O PERIGO DE QUERER BARGANHAR COM DEUS

INTRODUÇÃO:

Nesta lição iremos aprender que Deus condena a barganha e que seu relacionamento conosco não se dá de
uma forma mercantil, mas por sua graça e seu favor imerecido (Tt 2.11). Veremos também que apesar de Cristo ter nos
concedido direitos ao consumar a sentença pelos nossos pecados (Rm 6.23), deu-nos também deveres a serem
cumpridos (Jo 15.10). E estes direitos não concedem a nenhum servo de Deus ousadia de exigir dele algo, mas de pedir
(Hb 4.16). Enfim, analisaremos também os perigos que cercam aqueles que se deixam envolver por falsos
ensinamentos.
I – CONCEITO DA PALAVRA BARGANHA
Segundo o Aurélio, a palavra barganha, vem do latim “bargagnare” e significa: trocar, negociar, vender com
fraude. Ou seja, é a consagrada expressão brasileira do “toma lá, dá cá”. No contexto religioso, barganhar é usar a fé
para obter vantagens pessoais.
II – O QUE SIGNIFICA TEOLOGIA DA BARGANHA
Segundo os teólogos da prosperidade, os cristãos devem obedecer a Deus para conquistar as bênçãos
prometidas por Ele em Sua Palavra. Dizem que, se obedecermos a Deus, jamais sofreremos privações. Esse
ensinamento pode ser denominado de Teologia da Barganha.
Na verdade, essa teologia era também defendida por um dos amigos de Jó, chamado de Elifaz. Este alegava
veementemente que nenhum sofrimento poderia vir ao justo, mas somente ao ímpio; e que se este estava passando por
qualquer infortúnio, o motivo seria pecado. Vejamos uma de suas declarações: “Lembra-te agora: qual é o inocente
que jamais pereceu? E onde foram os sinceros destruídos? Segundo eu tenho visto, os que lavram iniquidade e
semeiam o mal, segam isso mesmo. Com o hálito de Deus perecem; e com o sopro da sua ira se consomem” (Jó
4.7-9).
Será de fato isto que nos ensinam as Escrituras Sagradas? A obediência a Deus deve ter como motivação o
mero interesse de alcançar seus favores? É evidente que não. As bênçãos devem ser consequência, e não causa da
nossa devoção a Deus. Na verdade, esse comportamento se constitui numa relação mercantil, e não numa relação que
o Pai deseja ter com seus filhos. A Bíblia aponta algumas motivações para nós obedecermos ao nosso Deus.
Destacaremos pelo menos três:
• Amor: “Amarás, pois, ao SENHOR teu Deus, e guardarás as suas ordenanças, e os seus estatutos, e os
seus juízos, e os seus mandamentos, todos os dias” (Dt 11:1). “Aquele que tem os meus mandamentos e
os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me
manifestarei a ele” (Jo 14:21);
• Gratidão: “Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios” (Sl
103:2). “Entrai pelas portas dele com gratidão, e em seus átrios com louvor; louvai-o, e bendizei o seu
nome” (Sl 100:4);
• Alegria: “Servi ao SENHOR com alegria; e entrai diante dele com canto” (Sl 100:2). “E, perseverando
unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de
coração” (At 2:46).
III – ALGUNS PRESSUPOSTOS DA TEOLOGIA DA BARGANHA
Os adeptos da Teologia da Prosperidade ensinam ainda em suas deturpações duas grandes inverdades: a falsa
doutrina do direito legal, e a prática do determinismo. Vejamos ambas detalhadamente:
3.1 A falsa doutrina do direito legal: Essa crença afirma que a morte vicária de Cristo concedeu uma série de direitos
aos que nele creem. Isto supostamente dá poder aos cristãos de exigirem de Deus seus favores, ao invés de pedir.
Observe o que diz Hagin em um de seus livros: “Descobri que o modo mais eficaz de se orar é aquele pelo qual
você requer os seus direitos. É assim que eu oro: “Exijo meus direitos” (PIERATT, 1993, p.70 ).
Refutação: É verdade que o sacrifício de Cristo nos concedeu poder e/ou direitos (Jo 1:13), porém também nos
responsabilizou com deveres (Ap 22.14). Tais direitos não poderão ser desfrutados se os deveres não forem cumpridos.
No entanto, isto não significa dizer que como filhos devemos exigir algo do Pai, pois, em nenhum lugar na Bíblia somos
ensinados a exigir de Deus alguma coisa, pelo contrário, Jesus nos ensina a pedir: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e
encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á” (Mt 7:7). A expressão pedir no grego “aiteõ” sugere na maioria das vezes a
atitude de um suplicante, ou seja, a petição daquele que está em posição inferior (o cristão), aquele que está em posição
superior e a quem a petição é feita (Deus). Este verbo é encontrado nas seguintes passagens bíblicas: (Ef 3.20; Cl 1.9;
Tg 1.5,6;4.2,3; I Jo 3.22; 5.14-16).
3.2 A prática do determinismo: Segundo essa doutrina, o cristão deve determinar ao invés de orar e esperar. Como
podemos ver, esse falso ensinamento, contraria a soberania divina, de decidir, querer ou não ao crente o que este lhe
pede. É o que ensina os teólogos da prosperidade: “Não orei uma só oração em 45 anos sem obter uma resposta.
Sempre recebi uma resposta — e a resposta foi sempre "sim". Algumas pessoas dizem: "Deus sempre responde
às orações. Às vezes diz: "Sim," e às vezes diz: "Não". Nunca li isto na Bíblia. Trata-se apenas de raciocínio
humano (PIERATT, 1993, p. 79).
Refutação: Jesus e os seus santos apóstolos nunca ensinaram a prática de determinar alguma coisa, nem que sempre
as respostas das orações seriam imediatas, mas, ensinaram a prática da oração seguida da perseverança: (Lc 18.1-
7;Rm 12.12; I Ts 5.17). Daniel orou vinte um dias por uma resposta (Dn 10.2,12); Elias orou setes vezes
consecutivas para que chovesse (I Rs 18.43,44). Outra coisa deve-se ressaltar, que nem sempre Deus
responde com um “sim” as nossas petições, a exemplo disto temos: Moisés (Dt 3:25) e Paulo (II Co 12:7).
IV – O PERIGO DE SE TENTAR BARGANHAR COM DEUS
A difusão da Teologia da Barganha tem feito com que uma geração de crentes tornem-se materialistas, cheios
de direitos, e pouco ou quase nenhum dever a ser cumprido, servindo a Deus apenas por conveniência. No entanto, os
verdadeiros servos de Deus, lhe obedecem independente do que Deus lhes possa conceder, tais como: O patriarca Jó
que, quando foi provado, perdeu tudo, porém, não deixou escapar a fé, o amor e esperança (Jó 19.25-27); como o
profeta Habacuque que, apesar de estar passando privações, podia exultar no Senhor (Hc 3.17,18); e ainda como
Misael, Hananias e Azarias, que não se curvaram diante do ídolo que Nabucodonosor, ainda que sentenciados a morte
pela fornalha (Dn 3.17,18).
Os Teólogos da Prosperidade com seus ensinos deturpados, trazem consigo uma grande inversão de valores,
pois, o material torna-se mais importante que o espiritual; o ter mais importante que o ser; e a terra mais importante que
o céu. Não bastasse essa série de absurdos, outras doutrinas danosas a fé cristã, têm sido introduzidas de forma
encoberta, entre as quais podemos citar:
4.1 Humanização de Deus e divinização do homem: Este estranho ensinamento é defendido a partir do momento que
o homem passa a exigir, ao invés de pedir a Deus, e Deus passa a cumprir, porque é obrigado a fazê-lo. No entanto, a
Bíblia nos diz que apesar de Deus interferir na criação, como um ser imanente (não se encontra a parte da sua criação),
ele é um ser transcendende (é superior e está acima da criação), e que também é soberano para fazer como e quando
quiser (Is 43.13). Diferente do homem que foi feito do pó (Gn 3.19), é menor que os anjos (Sl 8.4,5) e que seus mais
altos atos de justiça são como trapos de imundícia diante da perfeição do Criador (Is 64.6);
4.2 Amar as coisas e usar as pessoas: Torna-se perceptível o tratamento que os propagadores da Teologia da
prosperidade dão as pessoas. Com o objetivo de manterem seus programas na TV em horário nobre, fazem inúmeras
campanhas para arrancar dos seus membros o que puder, alegando astuciosamente que estas ofertas são sementes, e
que Deus lhes recompensará devolvendo cem ou até mil vezes mais. O apóstolo Pedro anteveu o surgimento desta
falácia quando disse: "E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo
tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita" (II Pe 2.3). No entanto, é importante saber que
Deus condena a barganha (Êx 23.8) pois o seu relacionamento conosco não se dá de uma forma comercial ou troca de
favores (Dt 10.17), mas por sua graça e bondade (Sl 103.8);
4.3 Práticas mágicas ao invés da disciplina da oração: Ainda encontra-se entre os seus ensinos as práticas mágicas,
ou seja, o caminho mais curto que a oração. A fé na Palavra fora substituída pela fé nos artefatos supostamente
consagrados que trazem algum “poder”, como por exemplo (lenço, água, óleo, flor...). Como podemos ver a história se
repete, pois tal comércio se fazia com relíquias na época de Lutero. Porém, a citação paulina: “Mas o justo viverá da
fé” (Hc 2.4;Rm 1.17), que desabrochou na reforma protestante, e que resgatou a verdadeira direção da fé: a pessoa de
Cristo (Jo 3.16), a Palavra de Cristo e o poder de Cristo (Mt 22.29).
CONCLUSÃO
Concluímos dizendo que o fato de sermos filhos Deus não significa dizer que Ele atenderá todos os nossos
pedidos. Existem condições estabelecidas por Deus em Sua Palavra, para que possamos receber suas bençãos. Porém,
faz-se necessário permanecer em Cristo (Jo 15.17); guardar seus mandamentos (I Jo 3.22); e orar de acordo com a Sua
vontade (I Jo 5.14), pois se pedirmos mal, não seremos atendidos (Tg 4.3).
REFERÊNCIAS
• PIERATT, Allan B. O evangelho da prosperidade. Vida Nova.
• STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
• GONÇALVES, José. A verdadeira prosperidade. CPAD
• ANDRADE, Claudionor de. Lições Bíblicas: o sofrimento dos justos e o seu propósito. CPAD.
• VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.

Liçoes da EBD


                                                       Igreja Evangélica Assembléia de Deus – Recife / PE
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                                                     LIÇÃO 09 – DÍZIMOS E OFERTAS

INTRODUÇÃO
Nesta lição, veremos o que a Bíblia diz sobre os dízimos e ofertas, tanto no Antigo como no Novo Testamento,
os princípios bíblicos da contribuição, e as promessas para aqueles que contribuem. Veremos ainda que as
contribuições se constituem, não apenas como um ato de fé e de gratidão a Deus pelo que Ele nos tem concedido, mas
também, como uma fonte de prosperidade material; pois, o próprio Deus prometeu recompensar àqueles que
contribuem com alegria.
I – O QUE É DÍZIMO?
No AT encontramos duas palavras que definem o Dízimo: Asar, encontrada nos seguintes textos (Gn 28.22; Dt
14.22; 26.12; I Sm 8.15,17; Ne 10.37,38); e Maaser, encontrada em (Gn 14.20; Lv 27.30-32; Dt 12.6,11,17; Ml
3.8,10). Ambas significam “décima parte”. No NT existem duas formas verbais e uma nominal: Dekatóo, que significa
“dar a décima parte”, “dizimar” e aparece apenas duas vezes (Hb 7.6,9); Apodekatóo, que significa “dar a décima
parte”, “dizimar” (Mt 23.23; Lc 11.42; Hb 7.5); e a palavra Dekáte, que significa “décimo” que aparece apenas em (Hb
7.2,4,8,9). Podemos, então, dizer que a palavra Dízimo significa “décima parte de uma importância ou quantia” (Ml
3.10). O Dízimo, então, é uma oferta entregue voluntariamente à obra de Deus, constituindo-se da décima parte da
renda do adorador. É um ato de fé, amor e devoção àquEle que tudo nos concede.
1.1 O Dízimo no AT. Antes da Lei, já encontramos alguns exemplos de entrega dos dízimos: Abraão entregou os
dízimos a Melquisedeque, que era sacerdote do Deus altíssimo (Gn 14.18-20; Hb 7.4); e Jacó prometeu entregar o
dízimo de tudo, se o Senhor lhe abençoasse (Gn 28.18-22). Mas, foi na Lei que Deus estabeleceu princípios para a
entrega dos dízimos. Vejamos:
1.1.1 O que deveria ser dizimado. Os hebreus deveriam dizimar tanto dos bens agrícolas como de animais (Lv 27.30-
34);
1.1.2 A quem eram entregues os dízimos. De acordo com a Lei, os dízimos deveriam ser entregues aos sacerdotes e
levitas constituídos para o ministério do culto (Nm 18.21-32);
1.1.3 Onde deveria ser entregue os dízimos. Deus estabeleceu, pelo menos, dois locais para a entrega dos dízimos: o
Tabernáculo, durante a peregrinação no deserto; e o Templo de Jerusalém, após a construção do mesmo (Dt 12.1-14;
14.22-29; Ml 3.10).
1.2 O Dízimo no NT. O Senhor Jesus não apenas reconheceu a importância da prática do dízimo, mas também
recomendou (Mt 23.23); e, o apóstolo Paulo, escrevendo aos coríntios, fez referência ao dízimo para extrair o princípio
de que o obreiro é digno do seu salário (I Co 9.9-14 cf Lv 6.16,26; Dt 18.1). Se o Senhor Jesus, bem como o apóstolo
Paulo não reconhecessem a legitimidade dos dízimos, jamais teriam mencionado esta prática em seus ensinos.
II – O QUE SÃO OFERTAS ?
Ofertas são doações voluntárias, apresentadas a Deus em agradecimento pelo recebimento dos favores dEle
recebidos.
2.1 As ofertas no AT. Diversos termos definem a palavra oferta no AT. Um dos mais citados é minhãh, que aparece
mais de 200 vezes no AT e significa “oferta”, “dom”, “presente” ou sacrifício” (Gn 4.3; 32.13-15; 43.11; I Rs 10.25; Jz
3.15-23; II Sm 8.2). Outro termo é Terûmãh, e significa “oferta alçada”, “oferta” ou “oblação” e é encontrado cerca de
70 vezes no AT (Ex 25.2; 35.29; 36.3; Lv 7.16; 22.18). Vejamos alguns tipos de ofertas na Antiga Aliança:
2.1.1 Oferta em Agradecimento. Era uma oferta oferecida a Deus pelos imerecidos favores por Ele recebidos (Lv 3.1-
17);
2.1.2 Oferta Voluntária. Era apresentada a Deus como agradecimento por uma bênção recebida e tinha caráter de
ações de graças (Lv 22.23).
2.2 As ofertas no NT. Nas páginas Neotestamentárias, as ofertas eram realizadas, principalmente através de
contribuições. A igreja primitiva, por exemplo, contribuía com regularidade (At 4.36,37; 5.1,2). Em suas epístolas,
Paulo ensinou sobre o dever de contribuir (I Co 16.1-4; II Co cap. 8,9), e elogiou as igrejas que contribuíam (II Co 8.1-
4; 9.2). Além disso, na Epístola aos Romanos, ele descreve diversos dons, inclusive o de repartir (Rm 12.6-8).
III – PRINCÍPIOS BÍBLICOS PARA A CONTRIBUIÇÃO
Em suas epístolas, o apóstolo Paulo enumera alguns princípios sobre a contribuição. Vejamos alguns:
3.1 A contribuição deve ser proporcional ao que ganhamos: “No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de
parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade” (I Co 16.2);
3.2 A contribuição deve ser realizada de forma voluntária, e com alegria: “Cada um contribua segundo propôs no seu
coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria” (II Co 9.7);
3.3 Quando Deus nos dá em abundância, é para que multipliquemos as boas obras: “E Deus é poderoso para fazer
abundar em vós toda a graça, a fim de que tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda a boa obra”
(II Co 9.8);
3.4 A colheita é proporcional ao plantio. “E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que
semeia em abundância, em abundância ceifará.” (II Co 9.6).
IV - DÍZIMOS E OFERTAS, UMA FONTE DE BÊNÇÃO
“Os dízimos, ofertas e votos que eram feitos a Deus no Antigo Testamento jamais devem ser interpretados
como uma prática de barganha. A ideia de que Deus nos dará algo em troca ou que Ele agora é devedor, ficando na
obrigação de pagar tudo que nos deve, porque como dizimistas nos candidatamos a receber as bênçãos sem medida,
caracteriza sem dúvida alguma a prática da barganha”. (GONÇALVES, 2011, p. 148). No entanto, devemos entender
que existem diversas promessas nas Sagradas Escrituras para os dizimistas. Vejamos algumas:
4.1 A promessa da multiplicação. O Senhor prometeu multiplicar os bens: “Trazei todos os dízimos à casa do
tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se
eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior
abastança” (Ml 3.10).
4.2 A promessa da proteção. Quando entregamos ao Senhor aquilo que Lhe pertence, O devorador é repreendido: “E
por causa de vós repreenderei o devorador, e ele não destruirá os frutos da vossa terra; e a vossa vide no campo não
será estéril, diz o Senhor dos Exércitos” (Ml 3.11). O “devorador” significa circunstâncias adversativas, que podem
nos sobrevir; mas, se formos fiéis na entrega dos dízimos, ele será repreendido pelo Senhor.
4.3 A promessa da prosperidade material . Quando obedecemos a Deus, e Lhe entregamos parte dos nossos bens,
Ele nos fará prosperar materialmente: “Todas as nações vos chamarão felizes, porque vós sereis uma terra deleitosa,
diz o Senhor dos Exércitos” (Ml 3.12).
CONCLUSÃO
Como pudemos ver, os dízimos e ofertas faziam parte da adoração, tanto para os judeus como para os cristãos.
A Bíblia descreve os princípios para a contribuição, e nos ensina que devemos dizimar e ofertar, não para barganhar
com Deus, como que esperando algo em troca; mas, como um ato de fé, de gratidão e de adoração àquEle que nos
concede todas as coisas e que supre todas as nossas necessidades. Por isso, devemos contribuir, não para recebermos as
bênçãos de Deus; mas por que já somos abençoados.
REFERÊNCIAS
• ANDRADE, Claudionor Correia de. Dicionário Teológico. CPAD.
• BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica. CPAD.
• CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
• GONÇALVES, José. Prosperidade à Luz da Bíblia. CPAD.
• OLIVEIRA, Raimundo de. As Grandes Doutrinas da Bíblia. CPAD.
• STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
• VINE, W. E, et al. Dicionário Vine. CPAD.