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quinta-feira, 3 de maio de 2012


                                                                        Igreja Evangélica Assembléia de Deus – Recife / PE
                                                                        Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
                                                                        Pastor Presidente: Ailton José Alves
                                                                        Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – CEP. 50040 – 000                                      

                         LIÇÃO 13 – SOMENTE EM JESUS TEMOS A VERDADEIRA PROSPERIDADE

INTRODUÇÃO:

Não são poucas as pessoas que conceituam qualidade de vida ou vida abundante como: conforto, riquezas,
saúde, longevidade, ausência de sofrimento, etc. É o que também crêem e ensinam os adeptos da Teologia da
Prosperidade. Contudo, nesta lição, definiremos o verdadeiro significado do termo “vida abundante” que se referiu Jesus
em um de seus sermões. Analisaremos também os equívocos cometidos quanto ao conceito de pobreza e riqueza,
como supostos aferidores de espiritualidade sadia; observaremos ainda em que realmente consiste a vida abundante
prometida por Cristo; e por fim, veremos quais benefícios desta vida, para o cristão, no presente e no futuro.
I – DEFINIÇÃO DA EXPRESSÃO: VIDA ABUNDANTE
Para entendermos o significado da expressão “vida abundante” examinaremos a palavra “vida” e por
conseguinte o termo “abundante”, a fim de compreendermos o que Jesus queria dizer com esta expressão:
1.1 No grego, há duas palavras usadas para o termo: “vida”. A primeira é bios: que é a vida comum, não somente aos
seres humanos, mas a todos os animais (Gn 2.7;7.22). A segunda é zoeh: que significa a vida que o pecador recebe ao
nascer de novo; é a vida sobrenatural que procede do próprio Deus (Jo 5.24; Rm 6.4). Portanto, enquanto bios é a vida
extensiva, zoeh é a vida intensiva.
1.2 O adjetivo “abundante” que indica qual tipo de vida a que Jesus se refere, segundo Aurélio, significa:
superabundante (em quantidade) e superior em (qualidade); já que Cristo veio redirecionar nossa atenção para valores
eternos (Mt 6.19,20). Está claro que ele não se referia a quantidade, mas a qualidade de vida (Gl 2.20).
Diante disso, podemos concluir que a expressão “vida abundante” diz respeito a um nível de vida superior ao da
existência. Pois a vida bios, é terrena e passageira. Porém, a vida zoeh é espiritual e eterna. Ela é desfrutada,
parcialmente no presente (Pv 15.15), e por conseguinte totalmente no porvir (Cl 3.4), por aqueles que nascem de novo.
II – ERROS ACERCA DA POBREZA E DA RIQUEZA
Infelizmente, não são poucos os equívocos cometidos por alguns cristãos quanto à visão de pobreza e riqueza.
Veremos abaixo quatro extremos, que devem ser evitados:
2.1 Pobreza é sinal de piedade. O monasticismo (um movimento religioso surgido do Cristianismo), difundiu a ideia de
que um cristão para ser considerado piedoso, para agradar a Deus, devia viver isolado da sociedade e abrir mão de tudo
o que possuía, vivendo em pobreza. Esta visão encontra-se totalmente distorcida da Palavra de Deus, visto que a
pobreza não pode aferir o caráter de um servo de Deus. Um autêntico homem de Deus é conhecido por sua fé e por
suas obras, tal qual a árvore é conhecida pelos seus frutos (Mt 7.17,18; Lc 6.43,44; Gl 5.22).
2.2 Pobreza é sinal de pecado. Como podemos ver, este pensamento é antagônico ao primeiro. Se pobreza não pode
ser evidência de uma vida piedosa, tampouco de uma vida de pecado. Estaria porventura em pecado o mendigo Lázaro
que morreu e foi ao Seio de Abraão? (Lc 16.20-22); ou estaria debaixo de maldição o apóstolo Paulo que passou fome,
frio e nudez? (II Co 11:27); teria o Filho de Deus pecado por ter preferido ser pobre para que pudesse enriquecer a
outros? (II Co 8:9). É evidente que não.
2.3 Riqueza é sinal de comunhão. Este é um pensamento defendido pela Teologia da Prosperidade. No entanto, é um
ponto de vista totalmente contrário ao Cristianismo, que ensina a prioridade pelas coisas que são do céu (Mt 6.33); que
condena veementemente a riqueza mal adquirida (I Co 6:10) e a avareza, que é idolatria (Cl 3.5).
2.4 Riqueza é sinal de pecado. Se não encontramos base bíblica para a Teologia da Prosperidade, também não
encontraremos para a Teologia da Miséria, que procura demonizar (atribuir características demoníacas) a posse de bens
materiais. Não esqueçamos de Jó, um homem riquíssimo de bens materiais, e que era justo (Jó 1.1); ou de Abraão, o pai
da fé, que de igual modo era possuidor de grandes riquezas (Gn 13.5,6). Na verdade, os que defendem essa ideia
tropeçam numa declaração paulina, citando-a de forma equivocada, como por exemplo: “o dinheiro é a raiz de todos
os males”, quando na verdade o apóstolo disse assim: “o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males” (I Tm 6.10).
A idolatria não está nas coisas ou pessoas, mas no sentimento que devotamos a elas.
III – EM QUE CONSISTE A VIDA ABUNDANTE
Existe uma compreensão humana errônea acerca de vida abundante. Muitos acreditam que ela está baseada
em uma vida de conforto, riquezas, saúde, longevidade, ausência de sofrimento. Assim também pensam e ensinam os
seguidores da Teologia da Prosperidade. Mas, será isso mesmo o que alude Jesus quando disse: “Eu vim para que
tenham vida, e a tenham com abundância” ?(Jo 10.10b). Vejamos detalhadamente em que esta vida consiste:
3.1 A vida abundante consiste em qualidade de vida. A vida abundante prometida por Jesus, não se caracteriza em
conforto, riquezas, posse de bens, como ensinam os Teólogos da Prosperidade. Se assim o fosse, os ricos deste mundo
já a possuíam. Também não significa vida longa. Na verdade, esta expressão diz respeito a qualidade de vida (Rm
6.4;7.6), que é oriunda de Cristo - a fonte (Jo 4.14; Jo 14.6; Ap 21.6).
3.2 A vida abundante consiste em vida espiritual. No Éden, o homem desfrutava da vida abundante dada por Deus.
Mas, apesar de ser advertido que se pecasse morreria, o homem transgrediu e foi afastado da presença de Deus
(Gn 2.16,17; Rm 3.23). Em Adão morremos espiritualmente (Rm 5.12). Todavia, quando o pecador aceita a Cristo como
Salvador, a vida espiritual outrora perdida, é restituída (Ef 2.1,5; Cl 2.13). Quando este nasce de novo, pela Palavra e
pelo Espírito (I Pe 1.23; Tt 3.5).
3.3 A vida abundante consiste em vida eterna. A vida que Cristo trouxe ao homem foi a vida eterna. Esta é
experimentada parcialmente no presente (Jo 3.15,36; I Jo 5.11-13) e completamente no porvir (Lc 18.30; Rm 6.22;
Gl 6.8), quando no arrebatamento da Igreja o nosso corpo mortal se revestirá de imortalidade e a nossa corrupção será
revestida pela incorruptibilidade. Então, tragada será a morte na vitória. Aleluia! (I Co 15.52-54).
IV – BENEFÍCIOS DA VIDA ABUNDANTE
A vida abundante ou vida eterna por meio de Cristo, inclui todas as condições, todos os efeitos e operações do
Espírito Santo sobre o homem, tanto no aspecto presente quanto no futuro. Vejamos alguns benefícios oriundos desta
vida:
4.1 No presente
• Justificação: Processo judicial que se dá junto ao Tribunal de Deus, através do qual o pecador que aceita a
Cristo é declarado justo. “Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor
Jesus Cristo” (Rm 5.1);
• Regeneração: Milagre que se dá na vida de quem aceita a Cristo, tornando-o participante da vida e da natureza
divina. Através da qual o homem passa a desfrutar de uma nova realidade espiritual. “Assim que, se alguém
está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (II Co 5.17);
• Santificação: É a forma pela qual o nascido de novo é aperfeiçoado à semelhança do Pai Celeste, por meio do
sangue de Cristo, da Palavra e do Espírito Santo. “E é o que alguns têm sido; mas haveis sido lavados, mas
haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do
nosso Deus” (I Co 6.11).
4.2 No futuro
• Glorificação: No plano da salvação, a glorificação é a etapa final a ser atingida por aquele que recebe a Cristo
como Salvador e Senhor de sua alma. A glória de Cristo será partilhada plenamente com seus santos no
arrebatamento da igreja. “Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o
Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso,
segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas” (Fp 3.20,21).
CONCLUSÃO
Como pudemos ver, os Teólogos da Prosperidade afirmam que o cristão não pode ser pobre, nem deve passar
privações, sofrimentos e enfermidades, porque Jesus veio trazer vida abundante. Infelizmente, esta visão deturpada têm
sido largamente difundida no meio evangélico, através de livros, da mídia televisiva, rádios, etc. No entanto, como vimos,
o verdadeiro sentido de vida abundante ultrapassa esse falso conceito, pois diz respeito a qualidade de vida pela
regeneração; a vida espiritual de comunhão com Deus; e por fim, a vida eterna, como coroa da justiça prometida aos
fiéis que amam a vinda de Cristo (Ap 2.10; II Tm 4.8).
REFERÊNCIAS
• VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.
• ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
• BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica. CPAD.
• BÍBLIA de Estudo Pentecostal. CPAD.

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